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A primeira pesquisa

  • jornalzonadamataon
  • 15 de ago. de 2021
  • 3 min de leitura

Terminado o segundo mês do novo governo, sai a primeira pesquisa medindo a sua aprovação. Os números apresentados merecem algumas reflexões. Inicialmente, a aprovação apurada foi de 57,5%. Não é grande coisa, mas se lembrarmos que Bolsonaro foi eleito com 55,13% dos votos válidos, onde se exclui brancos, nulos e abstenções, podemos concluir que hoje tem mais gente que o aprova do que gente que votou nele. Sob essa ótica os números são excelentes para o Presidente. Quando a pesquisa foca exclusivamente os eleitores do Presidente, vamos encontrar 7,6% que se declaram arrependidos. Se compararmos isso com os dados da aprovação, Bolsonaro mais ganhou do que perdeu nesses dois primeiros meses de governo. Mas nem tudo são flores para o Presidente, enquanto a sua aprovação cresce, o seu governo não agrada, somente 11,2% se mostram satisfeitos com ele.


Resumindo, o povo confia no Presidente, mas não vê resultados no governo montado por ele. Para reverter isso o Presidente deverá começar a mostrar resultados, de preferência já. Outro dado relevante foi o posicionamento das pessoas em relação ao Presidente e seus filhos. Cerca 52% acreditam que os filhos têm influência sobre o pai e 79% não gostam dessa influência. Quando perguntados sobre o motivo dessa desaprovação a resposta é cristalina, votamos no pai e não nos filhos. Resumindo: “meninos vão cuidar das suas vidas que o papai tem que trabalhar”. Finalizando, a mesma pesquisa mostra a população dividida ao meio no que se refere à reforma da previdência e maciçamente favorável ao pacote anticrime.


O aspecto mais relevante da pesquisa, a meu ver, é a pouca aprovação do Governo. Vamos convir que não se pode esperar muita coisa desses dois primeiros meses, o Congresso ficou um mês de recesso e às voltas com a eleição das suas presidências. O Presidente, por sua vez, passou dezessete dias internados e o seu ministério com muito pouco gente experiente nos aspectos políticos de suas pastas. Temos uma parte importante do governo comandadas por militares, tecnicamente eficazes, mas totalmente desabituados à comunicação. Aos olhos do público é como senão existissem, a população não os vê e nem o trabalho por eles desenvolvidos. Outro aspecto a se considerar é a atuação circense de alguns ministros, a Damares já entrou para o folclore nacional, o Ministro das relações exteriores depois de atuações constrangedoras parece que foi enquadrado, o Mourão passou a falar por ele, o que convenhamos foi uma grande melhora.


Finalmente, subiu ao palco o Ministro da Educação e a sua diretiva sobre a obrigação do Hino e do slogan de campanha nas salas de aula. Para um governo que apoia a Escola Sem Partido a ação do Ministro foi uma facada nas costas. A esquerda e a mídia passaram a semana faturando em cima deste caso. Se o governo quiser aumentar sua aprovação, esse tipo de amadorismo tem que virar coisa do passado.


Mesmo as mais arrematadas bobagens sempre nos ajudam a refletir sobre a realidade que nos cerca. Ainda que a diretriz do MEC não estivesse eivada de ilegalidades, e todas as escolas a quisessem seguir, ainda assim ela não poderia ser cumprida, pois 32% das escolas brasileiras não tem acesso a internet, de tal sorte que não haveria como enviar os vídeos pedidos pelo Ministério.


Esse dado me chocou, em plena revolução tecnológica ainda não conseguimos dar aos nossos alunos acesso ao mundo virtual do conhecimento, é simplesmente um crime para com essas crianças, educadas para um tempo que já passou. Muito incomodado com essa informação, resolvi pesquisar o acesso à internet nas escolas municipais de Leopoldina. Não consegui apurar grande coisa e fiquei com a impressão que a situação da cidade pode ser pior que a média brasileira. Essa é uma informação que entendo deveria ser pública, qual seja, que escolas são ou não informatizadas em nossa cidade. Depois do Carnaval pretendo buscar uma informação oficial sobre esse tema e voltar ao assunto.


As últimas notícias da semana foram o primeiro lucro da Petrobrás, depois de quatro anos seguidos de prejuízo e o anúncio do PIB de 2018, que repetiu o mesmo desempenho de 2017, ou seja 1,1% de crescimento. É muito pouco para nos afastar da recessão do período Dilma e a sua nova matriz econômica, que fez nossa economia encolher em torno de 8%. Nessa batida, de crescimento de 1% ao ano, vamos levar uma década para voltar ao que erámos. É um cenário sombrio com desemprego em taxas altíssimas, governo endividado e imobilizado. A reforma da previdência é um primeiro passo na reversão disso, mas não será suficiente para a manutenção do crescimento sustentável, outras mudanças se farão necessárias, por hora é só.

Bom carnaval e juízo a todos.

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