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Dom Edson Oriolo relembra encontros com o Papa Francisco

  • jornalzonadamataon
  • há 7 dias
  • 3 min de leitura

Na noite desta segunda-feira, 21 de abril de 2025, o bispo de Leopoldina, dom Edson Oriolo, presidiu uma Santa Missa em sufrágio pela alma do Papa Francisco, na Catedral de São Sebastião, em Leopoldina (MG). Em uma homilia marcada pela emoção e pela gratidão, o bispo compartilhou lembranças pessoais de encontros que teve com o Santo Padre ao longo dos últimos anos — experiências que, segundo ele, revelam a coerência entre o discurso e os gestos do pontífice.

“SEJA UM VERDADEIRO MISSIONÁRIO”

O primeiro encontro de dom Edson com o papa aconteceu em 2015, por ocasião da visita com os novos bispos nomeados pelo papa – foram cerca de 100 prelados do mundo inteiro, incluindo 15 brasileiros, que participaram de um dia de formação com Francisco.

“O papa falou sobre a missão do bispo como catequista e evangelizador. E em uma conversa pessoal, ele me disse: Você que vai ser bispo auxiliar de Belo Horizonte, seja um verdadeiro missionário”, recordou dom Edson.

Ele também destacou a forte influência do então cardeal Bergolio no Documento de Aparecida (2007), em que foi apresentada a expressão “discípulo-missionário”, articulando duas dimensões inseparáveis da fé cristã: o seguimento de Jesus e o anúncio do Evangelho.Ao mencionar São Paulo VI — que afirmava que todo evangelizado deve tornar-se evangelizador — dom Edson apontou como essa visão dialoga com a eclesiologia de Francisco, marcada por uma Igreja “em saída”, comprometida com os mais pobres e com a proximidade pastoral.

AS TEOLOGIAS QUE MOLDARAM FRANCISCO

O bispo também contextualizou a espiritualidade do papa a partir de correntes teológicas que se fortaleceram após o Concílio Vaticano II. Enquanto na Europa desenvolveu-se a chamada Teologia da Esperança e na América Latina floresceu a Teologia da Libertação, na Argentina ganhou força a Teologia do Povo — esta última, profundamente presente na visão de Francisco.“É uma teologia que valoriza a fé simples, popular, a dignidade humana e a história das pessoas”, explicou.

O PAPA DA PROXIMIDADE

Outro momento marcante foi um encontro após a peregrinação de dom Edson à Terra Santa. Em plena Praça de São Pedro, com mais de 200 bispos presentes, o papa fez questão de cumprimentar pessoalmente um a um — com calma, sorriso no rosto e uma atenção que transbordava humanidade.

“Francisco encarna o que ele mesmo chama de ‘Igreja da proximidade’. Ele é um homem de gestos simples: espera o outro chegar no elevador, enfrenta fila na hora da refeição… Ele evangeliza com o exemplo”, relatou dom Edson ao lembrar da delicadeza do pontífice nas pequenas ações do cotidiano.

QUATRO MÁXIMAS E UMA VISÃO DE IGREJA

Durante a Visita Ad Limina Apostolorum com os bispos de Minas Gerais, em 2022, Francisco recebeu o grupo de maneira descontraída. “Vamos conversar sobre a missão de vocês. Ali tem água, banheiro…”, teria dito com humildade, dando início a uma manhã inteira de escuta e diálogo.

Na ocasião, dom Edson presenteou o Papa com o livro “Francisco, o Bispo de Roma e a Igreja particular”, de sua própria autoria, e aproveitou para mencionar quatro máximas frequentemente utilizadas por Francisco em seus discursos e documentos:

O tempo é superior ao espaço;

A unidade prevalece sobre o conflito;

A realidade é mais importante do que a ideia;

O todo é superior à parte.

Essas ideias, explicou o bispo, refletem a forma como o papa compreende os processos pastorais — com paciência, realismo e abertura à complexidade da vida.“Ele nos ensinou que evangelizar é respeitar o tempo de cada pessoa, o ritmo da história, e trabalhar com unidade e sensibilidade pastoral”, acrescentou.

UM GESTO SIMPLES, UMA MEMÓRIA ETERNA

Na despedida da visita, um gesto singelo marcou para sempre a memória de dom Edson:“Meu pai pediu que eu dissesse ao senhor que sou filho de ferroviário”, contou ao papa Francisco, com um sorriso fraterno, respondeu: “Então diga a ele que eu também sou filho de ferroviário!”. O momento, carregado de ternura, arrancou risos e marcou a vida de dom Edson e de sua família.

ORAÇÃO E GRATIDÃO

Ao encerrar a homilia, dom Edson expressou sua esperança de que o papa Francisco, agora junto de Deus, interceda por todos. “Que possamos amar sempre o Evangelho, a Eucaristia e crescer na graça de Deus”, concluiu.

Fonte: Diocese de Leopoldina

 
 
 

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