Que venha 2020 . . .
A nossa ideia era, em 2020, dedicar nossa coluna às questões municipais, em face das eleições para Prefeitos e Vereadores, em outubro próximo. Mas as questões nacionais e internacionais, neste início de ano, são muito fortes e impactarão inclusive as próximas eleições.
O Ano começou com o Presidente Americano eliminando um importantíssimo personagem militar do Irã dos Aiatolás. Depois de vários atentados terroristas contra embaixadas e cidadãos americanos o Presidente Trump revidou, de forma brutal, atingindo o coração do poder Iraniano. A mensagem foi clara, os EUA têm condições de eliminar quem quiser e onde estiverem. O pânico tomou conta do mundo, o preço do petróleo disparou, o medo da terceira guerra mundial foi para as manchetes dos jornais. Mas depois que a poeira baixar, o obvio ficará exposto, o Iran não tem condições de enfrentar os EUA, se vingará pelas mãos de terceiros, explodindo algum alvo no ocidente, matando muita gente inocente. As potências que poderiam confrontar os americanos, Rússia e China, não ganham nada comprando uma briga irascível dos Aiatolás, farão protestos e discursos e seguirão com a vida. Não será dessa vez que o mundo se conflagrará. Ninguém pegará em armas para defender uma teocracia sanguinária e cruel que financia o terrorismo pelo mundo afora.
No Brasil, depois de alguns números animadores da economia alguns dados, do final do ano, trazem preocupações. A Bolsa de Valores bate recordes de valorização, pregão após pregão, mas os investidores estrangeiros saíram da Bolsa, discreta e continuamente, durante todo o ano de 2019. A valorização das ações brasileiras está muito mais ligada à especulação financeira do que ao fortalecimento das empresas. Isso se chama bolha especulativa, mais hora menos hora explode. Os estrangeiros preferiram realizar seus lucros e buscar ambientes econômicos menos conflagrados. O Brasil terminou o ano como o maior produtor de proteína animal do mundo e a nossa produção se soja está prestes a superar a americana. São ótimas notícias, ajudaram a recuperação do nosso PIB, mas em contrapartida a nossa indústria encolheu e não existe nenhuma economia forte sem uma indústria forte. O sucesso da nossa agricultura é louvável, mas sem uma boa base industrial estaremos condenados a ser uma economia de segunda linha. A recuperação de nossa indústria é um tremendo desafio para o atual e os próximos governos.
No cenário político nacional o ambiente está confuso e imprevisível. Enquanto no Congresso, Maia e Alcolumbre tentam de todas as formas barrar os pedidos de CPI do Supremo e pedidos de impeachment de seus ministros, a Polícia Federal e o Ministério Público, através de novas delações premidas, prometem estender a operação no judiciário baiano também para o Rio de Janeiro. A Lavatoga poderá vir de baixo para cima e encurralar o Congresso e o Supremo. Tem muita gente em Brasília com as barbas de molho. Enquanto a chapa está esquentando para o judiciário o Presidente Bolsonaro se equilibra entre agradar o seu eleitorado e ao Supremo, ao mesmo tempo.
Aceitou a posição do Toffoli quando ao Juiz de Garantias em detrimento da posição do seu Ministro da Justiça, e agora vacila em vetar o Fundo Eleitoral em razão da possibilidade de um impeachment, numa interpretação rocambolesca da atual legislação eleitoral. Essa posição dúbia, que visa proteger o seu filho, enrolado com a rachadinha carioca, começa a irritar o seu eleitorado, muito mais interessado em um combate duro à corrupção do que na proteção do rebento presidencial enrolado. O ano de 2019 foi um ano de derrotas para a Lavajato, com a queda da prisão após condenação em segunda instância e outras decisões oriundas do Supremo. Enquanto a popularidade do derrotado Ministro Moro cresce continuamente, mesmo com todos os reveses, a popularidade do Presidente cai continuamente. Está chegando a hora de uma profunda reflexão do Presidente, sobre a sua responsabilidade como pai em conflito com a posição de chefe da nação.
As questões municipais já começaram a pipocar. O Vereador Rogério Campos Machado começou o ano atacando, de forma grosseira, a Casa de Caridade de Leopoldina. Se a instituição tem problemas, vamos discuti-los, mas os profissionais e a instituição merecem respeito da nossa comunidade. Sobre o Vereador, eu acho que respeito à cidade, suas instituições e seu povo é condição primeira para qualquer discussão sobre os nossos problemas. Nunca vi o digníssimo Vereador reclamar na Câmara, quando a Prefeitura atrasa os repasses à Casa de Caridade. Na discussão do Orçamento Municipal, também não vi nenhuma emenda dele em favor da saúde do município, por essa razão considero o seu ataque, à Casa de Caridade, nada mais do que oportunismo eleitoreiro. Pelo visto, 2020 vai ser um ano turbulento, espero que o nível das discussões se dê num patamar melhor do que o que quer nos impor o citado Vereador.
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