Polícia Civil desarticula quadrilha suspeita de roubar cargas de cigarros na Zona da Mata
Investigações foram iniciadas pelas delegacias regionais de Leopoldina, Cataguases e Além Paraíba em 2019. Grupo realizou mais de 45 roubos em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
A Polícia Civil desarticulou uma quadrilha especializada suspeita de roubar veículos de carga de cigarros em cidades de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Os detalhes da Operação "Sevilha", que resultou na prisão de dois homens, foram divulgados na tarde desta quinta-feira (6) em Juiz de Fora.
De acordo com o chefe do 4º Departamento da Polícia Civil de Minas Gerais, o delegado-geral Gustavo Adélio Lara Ferreira, dados revelados por uma das empresas vítimas da prática criminosa, a Souza Cruz, indicam que a quadrilha atua há mais de 16 anos contra a companhia, em pelo menos três estados do Sudeste.
Conforme a empresa informou nas investigações, estima-se que a organização teria sido responsável por 45 roubos nos últimos dois anos, quando foram levados cerca de 13 milhões de cigarros, totalizando um prejuízo superior a R$ 4 milhões.
De acordo com a corporação, as ações foram iniciadas pelas delegacias regionais de Além Paraíba, Cataguases e Leopoldina, e contaram com apoio das polícias Militar (PM) e Civil do Rio de Janeiro, e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Prisões no RJ
A Polícia Civil informou que as investigações começaram em 2019 nas delegacias regionais da Zona da Mata e resultaram no cumprimento do mandado de prisão contra dois homens, de 34 e 36 anos, em Nova Friburgo (RJ) e mandados de busca e apreensão em Rio Bonito (RJ).
Conforme apurado, os homens são suspeitos de liderarem a quadrilha. A primeira prisão foi feita no último sábado (1º) contra o investigado de 34 anos em Nova Friburgo.
Durante a ação, os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao grupo e apreenderam R$ 36 mil em dinheiro, um carro de luxo avaliado em R$ 100 mil, celulares, armas de fogo e carregadores de pistola.
A segunda prisão ocorreu na madrugada de quarta-feira (5), também em Nova Friburgo, contra o homem de 36 anos. No último fim de semana, o suspeito estava em uma propriedade em Rio Bonito quando os policiais civis e agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) deflagraram operação para cumprir mandado de busca e apreensão no local.
Segundo a polícia, o homem tentou fugir, mas não conseguiu. Na propriedade rural, avaliada em mais de R$ 1 milhão, foram apreendidas uma arma de fogo com numeração raspada, um veículo e documentos falsos.
Segundo o delegado regional de Leopoldina, Mauro Ricardo Guimarães Pinho, as investigações prosseguem nas cidades da Zona da Mata em busca de mais envolvidos na quadrilha.
Investigação
Conforme a Polícia Civil, o nome da Operação “Sevilha” faz alusão à origem do cigarro. Durante a coletiva, o delegado Márcio Rocha Vianna Dias explicou que investigações apontaram que o grupo vinha atuando há anos nos três estados.
A autoridade policial também comentou sobre a complexidade das apurações que resultaram na prisão dos suspeitos.
“Eles trocavam de casa, cidade, telefone e carro, a cada 15 e 20 dias, por isso, tínhamos que iniciar uma nova investigação para acompanhar os suspeitos”, ressaltou.
Conforme o delegado Marcos Vignolo Alves, a primeira etapa da investigação foi concluída com êxito. “Conseguimos desarticular o braço armado dessa quadrilha, que já atuava há bastante tempo, e que causou um prejuízo estimado de R$4 milhões para empresa do ramo de cigarro. Vamos dar continuidade às investigações para identificar mais elementos vinculados à quadrilha e, principalmente, os receptadores das cargas, que foram subtraídas e são facilmente diluídas no mercado negro”, afirmou.
A Polícia Civil destacou também que as ações foram possíveis após apoio do Poder Judiciário, Ministério Público e as outras formas policiais, que aturam juntas na operação.
Fonte e Foto: G1 Zona da Mata
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