Meningite: doença grave tem vacina à disposição nos postos de saúde

Mais de 600 mil pessoas não se vacinaram contra a meningite nos últimos 5 anos nos 39 municípios que compõem a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Belo Horizonte, segundo dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI). A vacina está disponivel para a população de menores de 2 anos nos postos de saúde e a expectativa era de alcançar 95% do público-alvo. A cobertura vacinal, nesse período, foi de 69,75%. Devido à baixa procura pelos imunizantes da doença, o Ministério da Saúde, por meio do PNI, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) e a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG), ampliaram a faixa etária de administração da vacina meningocócica C para adolescentes e adultos jovens de 16 a 30 anos, trabalhadores da saúde e estudantes/professores do ensino técnico e universitário.

Em 2022, a cobertura vacinal contra a meningite alcançou 100% das crianças entre 2 e 5 anos e 92,3% das crianças de 6 anos. Contudo, em todas as outras faixas etárias, excetuando dos 12 aos 14 anos, a procura pelo imunizante fica abaixo de 70%. Entre 7 e 10 anos, os índices de busca não alcançam 3%.

Nesse contexto, o número de casos da doença está maior do que nos últimos dois anos, embora menor do que o número de casos de 2012 a 2019. A referência técnica em meningites da Vigilância Epidemiológica da SRS BH, Daiane Freitas, alerta sobre a gravidade da doença. “A meningite é uma doença grave, que pode levar o paciente a óbito e deixar sequelas como perda auditiva e visual, epilepsia, dificuldade na aprendizagem, amputação de membros e perda de memória. Temos imunizantes disponíveis no calendário básico de vacinação do SUS para os três principais agentes da doença”, disse Daiane. A vacinação é a principal forma de prevenção da doença meningocócica. “As vacinas são seguras e eficazes, mas hoje se sabe que a proteção gerada pelas vacinas conjugadas (meningocócica C e ACWY) não é para toda a vida. O mesmo ocorre com quem teve a doença, ou seja, a quantidade de anticorpos cai ao longo do tempo e o indivíduo deixa de estar protegido, daí a importância das doses de reforço” explica a referência de imunização da SRS BH, Joana Costa Lopes. Prevalente em 2022 na região central de Minas, a meningite pneumocócica pode ser evitada por meio da vacina pneumocócica 10 valente conjugada (Pneumo 10v), como explica Joana. “A vacina está disponível tanto na rotina quanto nas campanhas de multivacinação. A prevenção é a melhor forma de enfrentar essa grave doença”.

A DOENÇA

A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, causado por uma grande variedade de bactérias, vírus e outros agentes infecciosos. O Sistema Único de Saúde (SUS) fornece vacinas para a prevenção à doença como a conjugada C e a ACWY.

É uma doença transmitida pelo contato direto de pessoa a pessoa, por meio de secreções respiratórias de pessoas infectadas, assintomáticas ou doentes.

O quadro clínico, em geral, é grave e caracteriza-se por febre, cefaleia, náusea, vômito, rigidez de nuca, prostração e confusão mental, sinais de irritação meníngea, acompanhadas de alterações do líquido cefalorraquidiano (LCR).

VACINAS

O SUS oferece quatro tipos de vacina para meningites bacterianas. São elas:

BCG: que protege contra a meningite tuberculosa

Pentavalente: protege contra as infecções invasivas, entre elas a meningite causada pelo Haemophilus influenzae sorotipo b

Meningocócica C: protege contra a doença meningocócica causada pela Neisseria meningitidis sorogrupo C

Pneumocócica 10: protege contra as infecções invasivas, entre elas a meningite causada por dez sorotipos de Streptococcus pneumoniae