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Dinheiro, Vaidade e Baixaria


A semana que terminou foi dominada pelo pior espetáculo de baixaria política, de que tenho notícias. O PSL rachou ao meio, com as duas alas se estapeando em público e via redes sociais. Por traz dessa briga toda está o controle do Partido e do milionário Fundo Partidário, que pode chegar a R$ 500 milhões em 2020. De um lado o dono do PSL, Luciano Bivar, que não quer perder o controle da Legenda e nem do dinheiro. Para tanto ofereceu vantagens aos correligionários e conseguiu a maioria da bancada isolando o grupo do Presidente. Como já dizia Alexandre o Grande, “não há muralha por mais alta e forte que seja que resista a um burro carregado de ouro”. Com essa estratégia Macedônica, Luciano Bivar terminou a semana no controle do PSL e do cofre.

Do outro lado da disputa, está o Presidente Bolsonaro, que nunca dependeu de partido para sobreviver politicamente. Entrou no PSL quando o partido tinha apenas um Deputado Federal e o alavancou para a maior bancada da Câmara com 56 Deputados. O PSL do Senhor Bivar dispôs de um Fundo Eleitoral em 2018, em torno de R$ 5 milhões e saiu das eleições envolvido em vários esquemas de candidaturas laranjas que a imprensa e a oposição tentam, a todo custo, pregar no Presidente. Teme Bolsonaro que com uma verba cem vezes maior, as maracutaias do Sr. Bivar, nas próximas eleições, podem comprometer o restante do seu mandato. Para ele, nessa situação, o importante não é ganhar a briga é brigar e se afastar da administração financeira fraudulenta que fatalmente virá. Bolsonaro chegou à Presidência sem gastar dinheiro, fez a sua campanha quase toda ela da cama de um hospital, alavancada por um esquema de redes sociais voluntarias nunca visto nas eleições brasileiras. O PT acusa esse esquema de ser feito com robôs de inteligência artificial, patrocinado por grupos empresariais, mas até aqui não conseguiu provar coisa alguma. Não se sabe se Bolsonaro fica ou sai do PSL, o que se sabe é que ele ficará o mais distante possível desse Fundo Eleitoral que o povo abomina.

A baixaria no PSL não foi a única, no elegantíssimo PSDB o Ex Governador Geraldo Alckmin lançou a sua candidatura ao Governo de São Paulo, passando uma pernada no João Dória que tem a prerrogativa de se candidatar à reeleição.Com essa atitude os tucanos seguirão divididos e brigando até as eleições de 2020, mas tudo mais discretamente.

O espetáculo tem sido realmente vergonhoso, mas para o distinto público é sempre melhor ver político se estapeando do que unidos e nos roubando. A plateia sabe que o espetáculo é de segunda, mas sabe também que a outra opção dói no bolso.

Enquanto os políticos se engalfinham em Brasília, o derramamento de petróleo, que chega às praias nordestinas, completa cinquenta dias sem que se consiga definir a responsabilidade pelo crime ambiental. A situação deixa a Marinha numa situação delicada. Responsável pela guarda de nossas águas e região costeira ela não consegue uma tese razoável para a origem dos problemas. Realmente, esperávamos mais da Marinha. A semana terminou com alguns setores levantando a hipótese de Ecoterrorismo, lastreiam a sua teoria na coincidência dos vazamentos às vésperas do grande leilão do Présal, no silêncio dos ambientalista nacionais e internacionais e na total omissão dos governadores do Nordeste quanto à limpeza da praias afetadas, deixando com esse atitude a impressão de que o Governo Federal não está atuando, muito embora a limpeza do litoral sempre foi obrigação de Municípios e dos Estados. A teoria tem uma boa lógica, mas não tem nenhum fato palpável que a corrobora. Continuamos à espera da Gloriosa Marinha do Brasil e a sua infindável apuração dos fatos.

Nem só de más notícias e baixarias passou a semana, dados do desemprego surpreenderam para melhor, os números de setembro mostraram a criação de mais de 170 mil vagas, pela primeira vez em todos os Estados da Federação. Só nos nove primeiros meses do Governo Bolsonaro já foram criadas mais de 700 mil novas vagas, em ritmo crescente. Ainda é pouco mas mostra que a parte sadia da economia brasileira segue operando apesar da baixaria de Brasília.

O Presidente, neste Domingo, embarcou para uma viagem oficial de dez dia pela Ásia. A data da viagem coincide com a semana em que o Supremo tentará colocar 190 mil condenados na rua, o Presidente, intencionalmente ou não, estará longe desse que pode ser o nosso mais vergonhoso dia da nossa Suprema Corte.

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