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É Carnaval . . .


Com todo o país à espera do nosso mais longo feriado, a impressão que se tem é que 2020 foi, até agora, uma imensa folia irresponsável. O nosso mais notório condenado, o Ex Presidente Lula, desembarcou em Roma para uma audiência com o Papa, levando consigo a banca de advogados que o defende.

Aqui ficamos nós a nos perguntar, por que o Papa resolveu dar uma audiência a um corrupto condenado e sua banca de advogados? As perguntas sem respostas não são poucas. Como ele viajou até Roma? De voo comercial não foi, pois ele e sua turma não se arriscam mais em aeroportos. Quem custeou isso? Foi dinheiro público ou dos seus amigos empreiteiros? A imprensa deu ampla cobertura à visita, mas como de hábito, não esclareceu nenhuma dessas nossas dúvidas. Perplexos, a maioria dos católicos brasileiros se agarram à sua fé e se afastam cada vez mais da sua Igreja.


O Estado do Rio e da Bahia, numa operação conjunta, das suas Polícias Militares abateram a tiros o miliciano carioca suspeito de estar envolvido na morte da Vereadora Marielle. Enquanto se tenta apurar o ocorrido, a dupla de Governadores tenta desovar o corpo do miliciano na porta do Palácio da Alvorada. Aqui também, apesar da enorme cobertura da imprensa, o que não faltam são perguntas sem respostas. A primeira delas é, como é que um experiente ex policial do BOPE, armado de uma pistola, resolve enfrentar sozinho um batalhão da PM armados de fuzis? Temos duas hipóteses, ou foi um suicídio ou uma execução. O que nos conduz a mais duas questões, por que um policial preferiria morrer a se entregar para a polícia da qual fez parte? Ou, na outra hipótese, porque a Polícia Militar Baiana resolveu executar esse arquivo vivo. A sensação que fica é que é mais fácil comprar um abadá, para um trio elétrico Gospel em Salvador, do que ver esse imbróglio esclarecido.


Agora a tarde o Ex Governador do Ceará, Cid Gomes, levou um tiro, numa manifestação da PM do Estado na cidade de Sobral. Ao que parece ele tentava invadir uma delegacia dirigindo uma retroescavadeira. Os vídeos já estão na internet. Parece história de briga de bêbados, mas acho que é real.


O orçamento do Governo, uma vez pagos servidores, custeio e despesas com previdência sobra algo em torno de R$ 100 bilhões, os Deputados e Senadores, numa daquelas famosas operações da madrugada, retiraram R$ 30 bilhões para gastos de sua inteira responsabilidade, através do que se denominou Emendas Impositivas, O Presidente vetou e o Congresso tenta derrubar o veto Presidencial. Não existe precedente na nossa história republicana do Congresso avançar sobre as prerrogativas do Executivo. A dupla Maia e Alcolumbre se mostram, cada vez mais, como os grandes inimigos das mudanças necessárias ao país. Enquanto tentam enfraquecer o Presidente, questões como a Prisão em Segunda Instância, a Reforma tributária e a Reforma administrativa dormem em suas entupidas gavetas. Para piorar o clima de deboche, a Câmara aboliu o ponto das quintas feiras. As suas excelências agora, só estão trabalhando terça e quarta-feira. Muitos acham que, em se tratando de políticos, menos é mais, outros ficam indignados com a fortuna gasta com o Legislativo e esse eterno clima de carnaval em que eles vivem.


Na CPI das Fakenews, o depoente Hans River, repetindo o que já havia falado ao MP em 2018, confirmou que quando trambalhava na Yacow fez disparos de mensagens para o PT e para o PMDB e não para a campanha do Bolsonaro, alegações hoje confirmadas pelos proprietários da empresa. O depoimento pegou os petistas desprevenidos e o clima esquentou. O Sr, Hans River é um “negão” daqueles que não levam desaforo para casa e acabou detalhando que a Jornalista da Folha de São Paulo, se insinuou sexualmente para ele, na tentativa de obter uma declaração de que trabalhava para a campanha do Bolsonaro e não para o PT. Foi o que bastou para o mundo desabar na cabeça do Sr Hans, ficou todo mundo do lado da jornalista “loirinha” da Folha, que fez a denúncia contra o atual Presidente. Foi uma das mais explicitas atitudes de racismo que já presenciei. O Presidente Rodrigo Maia ameaçou de prisão o depoente, repetindo o velho chavão do racismo brasileiro, “Tem confusão? Prende o Negão”. Confesso que nunca senti tanta vergonha da forma como o Sr. Hans River foi tratado no Congresso, televisionado em cadeia nacional. A hipocrisia brasileira estampada para o mundo na sua mais odiosa brutalidade.


Mas, vergonha a parte, parece que as coisas estão mudando. A Prefeitura de Belo Horizonte soltou as regras para o Carnaval de 2020, onde proíbe, entre outras bobagens, a marchinha Nega Maluca, a título de combater o racismo.


Francamente, eu estou cansado desse Carnaval sem fim.

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